UM CLIQUE E DOZE REVELAÇÕES - Eduardo Cleto Pires

 

1. Por favor se apresente.

    Meu nome é Eduardo Cleto Pires, chamado de Eduardo, de Cleto e de Pires, não decidiram ainda como me chamar, depois de 66 anos. Fora o Edu para os amigos íntimos. Atualmente sou docente aposentado pela Escola de Engenharia de São Carlos, USP, mas continuo na ativa como Professor Sênior na EESC e docente da UNAERP. Toda minha carreira esteve de alguma forma relacionada com questões do meio ambiente. Por ser filho de fotógrafo, imitando o pai, brinco com a fotografia desde criancinha, com fotos para provar. A partir da adolescência comecei a fazer fotografia com a intenção de fazer um trabalho de expressão artística. A vida profissional sempre me tomou bastante tempo e a fotografia ficou como como um hobby, mas sempre encarado com intensidade quando podia me dedicar a ela.

2. Você pode descrever essa imagem em apenas uma frase?

    Ondas sobre ondas.

3. Esse é o seu estilo ou você gosta de outros assuntos para fotografar?

    Já fiz fotografia de rua, paisagem, arquitetura. Nos últimos anos tenho me dedicado a formas, tentando buscar a harmonia interna dos objetos. Também a transformação, como em uma série sobre os tecidos e redes, como se desgastam e se metamorfoseiam. É inspirada em um trabalho de literatura de minha esposa, sua tese de doutorado: As Metamorfoses da Rede. De certa forma a foto que escolhi está dentro deste tema.

4. Por que você selecionou essa foto para nos mostrar?

    Criado no preto e branco acabei me acostumando com o monocromático e esse foto é essencialmente monocromática. Ao mesmo tempo que tem uma tensão com os vários tipos de trançado, tem a calma das curvas e ondulação, junto com um desfocado, não proposital, mas que funcionou aqui.

5. Quando e onde essa foto foi feita?

    Essa foto foi feita há alguns anos, 2016, vejam só. Parecia-me de ontem. Em uma feira popular.

6. Que equipamento você usou para essa foto?

    Uma câmera bem simples, uma Canon G9, com muitas limitações. Acho que foi a última vez que a usei. Hoje celulares são melhores do que ela.

7. Qual foi sua principal motivação para fazer essa foto?

    A busca pelos elementos essenciais que possam expressar a calma das curvas. O ritmo dos trançados veio depois. Mas acho importante colocar aqui que essa não foi uma fotografia elaborada, no sentido de se preparar um esboço e montar ou procurar a composição. É o olho fotográfico que funciona, vemos o objeto e quase que instantaneamente se forma a imagem que queremos. É um tanto intuitivo. A elaboração vem depois, na escolha da imagem, no recorte final, na edição...

8. Você editou essa foto? Fale algo sobre isso.

    Essa foto quase não recebeu edição. Um pequeno ajuste na exposição e um recorte para eliminar um elemento em um canto que destoava e quebrava a composição.

9. Você aprendeu algo no processo de fazer, editar e compartilhar essa foto?

    Sempre aprendo ao rever minhas fotos, ao escolher uma ou outra para mostrar. Aquilo que mais aprendo ao fazer uma foto é olhar, tentar expressar aquilo que sentimos no momento. Essa foto foi feita em um passeio, em um momento de calma, sem preocupações. Já fiz fotos de lixo, quando estava com raiva da sujeira que estamos deixando no mundo. Elas também são belas, mas não para enfeitar minha sala de jantar, rss.

10. O que você gostaria que as pessoas vissem nessa foto além do que ela nos mostra?

    O trabalho de quem teceu esses chapéus. O cuidado com que foram feitos. Veja como não se encontram falhas.

11. Você gostaria de receber algum feedback sobre esse seu trabalho?

    Claro. Estar aberto para a crítica é essencial. Sendo feita com polidez a crítica mais dura é construtiva. 

12. Onde as pessoas podem ver mais do seu trabalho fotográfico?

    Meu trabalho é quase todo em fotografia química, não gosto de usar o termo analógica, não me diz nada. Como quase tudo que tenho está em formato 30x40 cm, e em preto e branco, acabei ainda não escaneando para fazer uma apresentação decente. 

    Apresentar o preto em branco na tela de computadores e tablets, algumas vezes exige uma edição mais demorada do que para a fotografia colorida.  É uma tarefa que preciso fazer.


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