1 FOTÓGRAFA, 12 REVELAÇÕES - Andri de Oliveira

 

     Vejo a fotografia como uma linguagem grande e generosa, onde cabem tantas outras linguagens, inclusive a poesia, as abstrações, inclusive as ‘insignificâncias’. Nesse momento, quase impossibilitada de trabalhar por conta da combinação maternidade/pandemia, me vejo nessa condição, tomada pelas tarefas invisíveis e invencíveis da rotina, e buscando-me nos intervalos, existindo nas brechas, como aqueles matinhos que crescem entre as pedras sem ninguém regar.

 

     “Dar dignidade ao traste” é a ‘significância’ da poesia, segundo Manuel de Barros, coisa que as crianças fazem muito bem. Essas imagens são parte de uma sequência que fiz, em cerca de 1 hora, caminhando com meu filho de 3 anos, Caetano, na estradinha do sítio onde moramos. Ali encontrei uma material infinito de ‘trastes’ para dignificar, e ele também. 

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