Foto Caju

  É inaceitável que o Instagram continue a censurar fotógrafos de arte, tratando trabalhos de nu artístico como se fossem pornografia. Essa política de moderação de conteúdo, baseada em algoritmos e denúncias muitas vezes infundadas, mostra uma completa falta de entendimento sobre a diferença entre arte e conteúdo sexualmente explícito. Como resultado, artistas talentosos perdem suas contas ou têm seu alcance drasticamente reduzido, enquanto a comunidade de arte online é privada de uma diversidade de obras que exploram a forma humana de maneira respeitosa e significativa. Essa censura não afeta apenas os criadores, mas também todo o público que busca inspiração e educação sobre o corpo humano através da fotografia. Ao proibir a exposição de nus artísticos, o Instagram não só limita a liberdade de expressão, mas também contribui para uma visão distorcida e puritana da sexualidade. A plataforma, que deveria ser um espaço para a diversidade cultural, acaba impondo uma visão restrita...

  O que faz uma imagem de nudez parecer vulnerável em vez de reveladora? A diferença nem sempre é óbvia, mas é fundamental. Na arte figurativa, a nudez não se resume a expor um corpo; ela se propõe a revelar uma presença. A vulnerabilidade na arte não é definida pela quantidade de pele visível, mas pela forma como a imagem nos convida a testemunhar algo genuíno, humano e desprotegido. A inclinação de uma cabeça, a suavidade de um olhar ou a tensão sutil de um membro sugerem que estamos vendo não apenas uma figura, mas a pessoa por trás dela. A objetificação, por outro lado, anula essa presença. Ela transforma o corpo em um objeto — algo para ser consumido, controlado ou possuído. A essência humana desaparece por trás de um apelo superficial, e a dignidade do indivíduo se perde. A melhor arte figurativa resiste a esse apagamento. Ela reafirma a dignidade e nos lembra que a nudez é um estado de ser, e não algo inerentemente provocativo ou passivo. Quando um artista consegue capturar ...

       "Um grande desafio!". Essa frase pode sintetizar o hábito de fotografar beija-flores em voo . Desde que comecei a fotografar aves , busco escolher momentos de ação como o voo, a caça, a cópula e a alimentação dos filhotes.        Para conseguir registrar esses instantes fugazes o fotógrafo de natureza deve estar atento e preparado, pois invariavelmente, o ato será muito curto. O fato dos beija-flores serem criaturas extremamente ativas e consequentemente de alto gasto energético, os obriga a se alimentar durante todo o dia. Eles criam um circuito de visitas às flores disponíveis, retornando a elas a cada 20 ou 30 minutos. Isso permite que o néctar seja novamente produzido pela planta e nos dá a opção da tocaia com uma lente de distância focal longa - imprescindível para os melhores resultados.            Esperar o retorno de um beija-flor com a flor em foco e os parâmetros pré ajustados faz part...

  Apresento aqui dois projetos de minha autoria. Projeto  RURAIS O primeiro projeto foi tema de uma exposição montada por 5 vezes em cidades do interior do estado de São Paulo nos anos de 2019 e 2020 denominado Rurais que desencadeou o trabalho em um livro homônimo que está no prelo (lançamento no mês de agosto/2021 pela Editora Origem e com a curadoria de Juan Esteves). O projeto Rurais é constituído por retratos ambientais de trabalhadores(as) rurais e fotografias de paisagens rurais (em preto & branco) que contextualizam os ambientes e várias atividades da vida rural. A minha fotografia neste projeto é uma manifestação vernacular e telúrica acerca dessas pessoas e suas atividades, que, por mais sofridas e algumas vezes até cruéis, são deliciosamente alegres e poéticas. Esta é a visão que adquiri ao longo de minha vida sobre esses homens e mulheres que labutam no campo e que procuro espelhar nestas imagens. Além da experiência da infância e adolescência, a vivência com...

  “EXERCÍCIOS DE FOTOGRAFIA” Para esta mostra, cujo nome escolhido é o “Exercícios de Fotografia”, estão elencadas diversas categorias de fotografias, em diferentes momentos, que seguem uma determinada cronologia que se inicia quando de meu retorno à prática fotográfica, agora, na fase digital.   Pico do Gavião, Andradas (MG) com iPhone 5 e edição primária (primeiros passos) no Photoshop; Primeira imagem significativa que me tocou e, por isso, me (re)norteou ao campo da Fotografia. Foi o início! Paisagens, Morros Camelo e Cuscuzeiro/ Pôr-do-sol Portraits, u m quase Hi-Key & Low Key/ Mara (Banda VinTinto)/ Estúdio    Astrofotografia,  AstroFakeFotografia/Ouro Preto (MG) Abstrações,   Alhos, cebolas e folhas de batata doce ( Solarização)   Exposições,  Paisagem Abstrata/ Estrada CRHEA USP Impressões Fine Art, Cirque du Soleil/ OVO/ S. Paulo ( Viragem vermelha) Shows,  Caravanas/ Chico Buarque/S. Paulo Litoral/ Bombinhas (SC),  Ma...

  Composição, documentação e subjetividade na fotografia      Quando um pintor, um escritor, um músico ou qualquer pessoa que cria algo entra  em processo de composição, talvez o desafio não seja a tela em branco, mas, sim,  a difícil tarefa de fazer a seleção do tema. Qual será o trecho, o recorte, o ponto de  vista... por onde iniciar a abordagem? Talvez a tela não esteja em branco, mas  totalmente preenchida por cores e ideias; talvez haja um universo pedindo para vir à  existência e a tarefa de quem compõe seja captar, selecionar e organizar uma parte  daquilo.      Um fotógrafo compondo uma cena passa pelo mesmo dilema. Que enquadramento  fazer, que ângulo, recorte ou personagem melhor contam a história, quais  elementos em conjunto formam essa representação, qual é o ícone?      Há técnicas básicas na fotografia que ajudam nesse processo de composição, por  exemplo, conhecer os enquadram...